O conceito de Internet das Coisas trata da relação do dia a dia com o universo online. Na área médica, isso significa uma possibilidade imensa de avanço. No entanto, como será que a IoT na saúde vem se saindo até agora?
A utilização da tecnologia em tratamentos hospitalares e na definição de diagnósticos existe já há alguns anos. Contudo, há ainda passos importantes a serem dados em relação a dados de pacientes, automação de equipamentos, entre outros.
E é justamente de como a IoT tem o poder de transformar ainda mais a medicina que vamos falar a seguir. Boa leitura!
Definição de IoT dentro da área da saúde
Para compreender melhor o avanço da IoT na saúde, é importante, antes, ter o conceito muito bem definido. A sigla, por exemplo, vem do nome em inglês “Internet of Things”. Sua premissa está relacionada à conexão digital de objetos que fazem parte do cotidiano.
Pensando no universo da saúde, vale considerar principalmente a integração de dispositivos médicos. Além disso, há um crescente interesse na reunião, transmissão e gestão de dados dos pacientes. Na prática, isso significa que os smartwatches — os relógios inteligentes que acompanham batimentos cardíacos, passos e atividades físicas — podem se tornar uma referência para diagnóstico.
Imagine, por exemplo, que o cardiologista precisa saber se houve algum pico na frequência cardíaca. Por meio da conexão proposta pela IoT na saúde, bastaria conectar a rede hospitalar com os dados do relógio do paciente. Logo, a interação entre dois equipamentos teria uma informação relevante, sem a necessidade de uma ajuda humana.
Impactos da IoT na saúde
Embora já esteja presente, de alguma forma, em muitas clínicas e hospitais, a Internet das Coisas tem um alcance crescente. Uma pesquisa realizada pela IDC (International Data Corporation) indica que, em 2020, 40% das instituições de saúde já utilizarão biossensores, por exemplo. E esse é apenas o começo.
A eMarketer, grande conglomerado de pesquisa norte-americano, por sua vez, aponta que o mercado que envolve a Internet das Coisas médico vai movimentar mais 160 bilhões de dólares nos próximos meses. O crescimento vai passar por diferentes formas de absorver a tecnologia no diagnóstico e no tratamento.
O principal motivo para esse impacto em expansão está na possibilidade de economia e otimização da gestão hospitalar. Estima-se que a possibilidade simples de acompanhar dados em tempo real possa trazer uma economia de até 30% dentro de um ambiente de saúde.
Principais avanços na saúde com a IoT
As inovações relacionadas à IoT da saúde são muito amplas. Uma de suas aplicações já muito utilizada está relacionada ao monitoramento e a exames de pacientes a distância. O uso de aplicativos de celular, ou mesmo prontuários eletrônicos, já permite mais facilidade de atendimento e diagnóstico.
Considere, por exemplo, uma cidade de menor porte que não dispõe de profissionais habilitados para laudar um exame. Por meio da tecnologia, já é possível realizar o exame no eletrocardiógrafo local, e um médico, em outro estado, pode fornecer o resultado. Isso também já é possível com outros exames de imagem. Esse avanço significa economia, praticidade e segurança no tratamento.
Da mesma forma, pacientes com condições crônicas se beneficiam com mais possibilidades de tratamento em casa. A redução e a otimização da gestão do tempo de ocupação de leitos de UTI são relevantes tanto para os pacientes quanto para as instituições de saúde.
Outra aplicabilidade está em processos simples, como a conexão de frascos de álcool gel com um dispositivo de radiofrequência. Ao ter o total controle de quantas vezes os profissionais estão fazendo a higienização, há uma capacidade real de diminuir contaminações.
Na lista de avanços práticos, cabe mencionar, ainda, a possibilidade de rastrear o uso de instrumentos em centros cirúrgicos. Como todo material costuma ter um alto custo, a otimização de seu uso significa uma redução de custos. Além, é claro, da certeza absoluta de que um instrumento não foi esquecido dentro do paciente.
Tendências da IoT na saúde para os próximos anos
Há uma expectativa muito grande para que muitos processos sejam automatizados ao longo desta década de 20. No Brasil, a implementação de compartilhamento de dados entre equipamentos ainda esbarra em questões de legislação, especialmente em relação ao sigilo médico. Portanto, a primeira tendência está relacionada a um avanço jurídico necessário para a evolução da IoT na saúde em termos de monitoramento.
Além das questões burocráticas, há inúmeras possibilidades práticas que podem desembarcar por aqui nos próximos anos, como:
- marcapassos inteligentes: já presentes em parte dos EUA, os dispositivos monitoram, armazenam e compartilham informações cardiovasculares em tempo real;
- monitoramento contínuo de glicose: aparelhos que ajudam no controle do diabetes constantemente já existem, porém, a integração com o celular ou tablets é o próximo passo;
- sensores digeríveis: e se, em vez de uma colonoscopia, bastasse apenas engolir uma pílula que enviasse imagens do trato intestinal? Essa pílula já existe, e os sensores que contribuem para diferentes diagnósticos serão cada vez mais comuns;
- lentes de contato: além de permitirem uma visão mais clara, há lentes em desenvolvimento com a intenção de monitorar o fluido de lágrimas. A intenção é que, no futuro, seja possível acompanhar a glicose ou outros sintomas de doenças crônicas por meio desse tipo de dispositivo;
- leitos avançados: enfermeiros e profissionais de saúde nem sempre têm condições de acompanhar um paciente 24 horas por dia. Um leito com sensores e indicações de melhor acomodação, por exemplo, otimizará o atendimento de forma a evitar escaras e, até mesmo, diminuir o risco de quedas.
Vale mencionar que muitas dessas tecnologias estão engatinhando e em fase de testes. Contudo, a expectativa é de que se tornem realidade em grande parte das instituições de saúde. Em Minas Gerais, por exemplo, já existem hospitais com cirurgias robóticas, em que um médico nos EUA consegue operar um paciente local.
Em resumo, a IoT na saúde caminha a passos largos, porém, ainda existe muito campo para avançar. A transformação da medicina como se conhecia já está em andamento, contudo, ainda com alguma necessidade de adaptação. Seja em relação à legislatura, seja em relação aos investimentos, a expectativa é de que a próxima década tenha muitas inovações.
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