Embora possam parecer engessamentos, a verdade é que os protocolos hospitalares funcionam como aliados. Para o gerenciamento, facilitam e otimizam a tomada de decisões. Para profissionais, aumentam a proteção. Para pacientes, são garantias de atendimento de mesmo nível para todas as situações.
Para ajudá-lo a compreender esse conceito na prática, reunimos as principais dúvidas sobre o assunto a seguir. Confira!
1. O que são um protocolos hospitalares?
Considere um paciente com uma escara. Embora cada ferida seja diferente, existem formas padronizadas de garantir a sua melhora ou o cuidado. Os protocolos hospitalares são como estratégias já testadas. Ou seja, uma oportunidade de otimizar resultados a partir de experiências prévias.
Na verdade, o conceito vai muito além de apenas experiências. Os protocolos clínicos são criados a partir de evidências científicas. Especialistas e pesquisadores avaliam condutas e determinam métodos eficazes a partir desses dados.
Convém dizer, porém, que protocolos não são regras intransponíveis. O conhecimento médico sempre será mais válido do que uma padronização. Portanto, o ideal é que trabalhem lado a lado.
2. O que é um protocolo assistencial?
Um tratamento médico envolve também condutas para prevenção de danos e otimização de tempo e de estrutura. Um protocolo assistencial se dá pela pré-definição de situações específicas e de sua melhor forma de realização.
Para entender melhor, pense em um ambiente de cirurgia eletiva. Um protocolo vai determinar detalhes de ações operacionais e especificações sobre como executar cada passo. Dessa forma, há mais facilidade de comunicação entre diferentes profissionais dentro de um ambiente.
Na prática, isso quer dizer elaborar medidas para anestesia, por exemplo. Dessa forma, tanto médicos quanto enfermeiros conseguem saber o que precisam fazer a cada momento de uma cirurgia. O resultado é uma menor chance de complicações pós-operatórias e de uso irracional de recursos. Vale lembrar sempre, no entanto, que protocolos hospitalares ou assistenciais precisam ser muito bem detalhados.
3. Quais são os protocolos de segurança do paciente?
Os protocolos de segurança foram preconizados pela OMS, Organização Mundial da Saúde. O objetivo é promover o melhor cuidado seguro ao paciente. A lista envolve situações que nem sempre costumavam receber investimentos suficientes. Portanto, trata-se de uma forma de cuidado e prevenção quanto a erros comuns nesses ambientes. Veja quais são!
Protocolo de úlcera por pressão
Dependendo do tempo de internação e da mobilidade, pacientes são comumente acometidos com alterações na pele. Dessa forma, mesmo depois de curados, sua estadia pode se estender por causa dos ferimentos. Assim, o protocolo de úlcera por pressão tem como objetivo evitar ou amenizar seu aparecimento.
Dentro desse protocolo, estão alguns itens, como: avaliação, inspeção diária na pele, otimização de nutrição, estratégias de monitoramento e manejo de umidade.
Protocolo de higiene das mãos
Durante a pandemia de coronavírus, os cuidados com a higiene das mãos aumentaram muito. No entanto, dentro de protocolos hospitalares, o cuidado já era muito intenso. A prevenção de transmissão de micro-organismos, vírus e outras doenças é essencial para os profissionais.
Na lista de atenção e segurança à higiene das mãos, estão listados, inclusive, os momentos em que a limpeza deve ser feita. São eles: antes de entrar em contato com o paciente, depois do procedimento, após a exposição a fluidos corporais, após o contato com o paciente e após o contato com áreas próximas a ele. E sempre usando sabonete líquido e água, ou com preparação alcoólica quando necessário.
Protocolo de cirurgia segura
Um incidente hospitalar é capaz de transformar um resultado positivo de cirurgia em negativo. Estima-se que um a cada 150 pacientes morrem após um procedimento cirúrgico por causa de um incidente médico hospitalar.
Com intenção de reduzir esses números, surgiu a chamada Lista de Verificação de Cirurgia Segura da Organização Mundial da Saúde. Com três etapas, o protocolo de cirurgia segura propõe cuidados antes de indução anestésica, antes da incisão cirúrgica e também depois que o paciente deixa a sala de cirurgia.
Protocolo de segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos
Muitas das reações adversas de um remédio são passíveis de prevenção. Por meio de práticas seguras, é possível reduzir o índice de mortalidade por uso errado de medicamentos inadequados.
Para evitar essas reações, o protocolo propõe um conjunto de atitudes e ações como: acesso a informações medicamentosas, padrão interno de treinamento, processos padronizados, utilização de tecnologia e educação contínua sobre o processo.
Protocolo de identificação de paciente
Sempre que acontece uma troca de bebês em uma maternidade, há uma grande repercussão. Entretanto, a atenção para identificação de pacientes vai muito além. É preciso se certificar de que transfusões de sangue, por exemplo, sejam feitas apenas após a certeza de que estão corretas.
Da mesma forma, é na identificação que se determina que cada tratamento está correto. Por isso, o protocolo propõe não apenas identificar, mas também educar paciente e acompanhantes sobre o tratamento. E, principalmente, certificar-se de que se trata do paciente certo para cada procedimento. Por isso, mecanismos de monitoramento se tornaram uma necessidade essencial dentro de hospitais e clínicas.
Protocolo de prevenção de quedas
A fragilidade de alguns enfermos aumenta o risco de quedas dentro do ambiente médico. A correta avaliação e a prevenção desses incidentes são capazes de evitar danos. Em muitas situações, o internado precisa permanecer mais tempo em tratamento apenas por descuidos que poderiam ser evitados.
O protocolo de prevenção de quedas consiste, antes de tudo, em avaliar e identificar pacientes que tenham mais risco. Além disso, inclui agendamento prévio de seus cuidados de higiene pessoal, por exemplo. Há, ainda, revisão da medicação, atenção ao tipo de calçado utilizado e revisão dos índices de queda, para compreender e corrigir falhas.
4. Qual a importância dos protocolos hospitalares?
Além da proteção óbvia de pacientes, os protocolos hospitalares são capazes de evitar situações, como prolongamento de estadia, infecções graves, sepse e aumento de mortalidade. Além disso, para a gestão hospitalar, trata-se de uma forma de antever e corrigir problemas de maneira mais precisa.
Em algumas situações, como a pandemia de Covid-19, essa importância vai além. Um protocolo é capaz de frear a contaminação e dar mais segurança para procedimentos internos. Embora os profissionais da saúde estejam na linha de frente, isso não significa que possam ficar desprotegidos. A padronização de cuidados funciona como uma barreira extra nesse tipo de situação.
Em resumo, os protocolos hospitalares são facilitadores do funcionamento e da segurança de hospitais e clínicas. Quando utilizados em conjunto com a expertise dos profissionais, não causam engessamento e são principalmente benéficos para equipe e pacientes.
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