A angioplastia é o tratamento que tem por finalidade reverter quadros de alto risco para a vida do paciente acometido por enfermidade cardíaca decorrente de qualquer processo que leve à redução substancial do fluxo sanguíneo arterial para o coração.
Consiste numa técnica invasiva e que envolve riscos, logo, é preciso que se leve em conta uma série de pré-requisitos relacionados à condição clínica geral do paciente. É um tratamento emergencial, que consiste em devolver ao vaso danificado a condição plena de funcionamento enquanto condutor do fluxo sanguíneo.
Tanto a angioplastia pode ser o tratamento indicado para evitar um infarto como para tratá-lo. Por ser emergencial e mecânico, não produz resultados sobre as causas da deficiência da artéria comprometida. O que significa dizer que é apenas parte de um tratamento que deve ser longo, com acompanhamento do paciente por toda a vida.
Esse longo tratamento é fundamental para que o paciente recupere uma boa condição de saúde cardiovascular.
Envolve adoção de rotina de exercícios físicos, abandono, se for o caso, do tabagismo, e adesão a novos hábitos alimentares, que incluem a absorção variada de nutrientes, com baixos índices de gordura animal, sódio, açúcares e carboidratos, com consequente controle do peso, do colesterol e da pressão arterial.
Neste artigo iremos abordar:
- O que é angioplastia
- Para quem a angioplastia é indicada e o cateterismo
- Há riscos?
- Cuidados no pré e no pós-operatório
- Resumo
O que é angioplastia
Pense em um sistema hidráulico para irrigação de uma plantação. Esse sistema é responsável por levar água e nutrientes à terra em toda a extensão desta plantação. Desta irrigação são dependentes a saúde e o sucesso da colheita.
Imagine que uma dessas mangueiras vá sendo obstruída com o tempo, comprometendo o fluxo de água e nutrientes para uma parte dessa plantação. Com o tempo, ela vai perder viço e, com o agravamento da situação, irá morrer. É mais ou menos o que acontece com os tecidos do corpo quando não são abastecidos com o sangue.
Quem é encarregado no corpo humano de levar o sangue e o oxigênio a todos os órgãos? A resposta é o “sistema cardiovascular”, composto pelo coração e pelos vasos sanguíneos.
Imagina o que acontece quando as artérias, que são as responsáveis pela condução do sangue rico em oxigênio e nutrientes, ficam obstruídas. Exatamente isso! Aquela região do corpo tende a desenvolver uma série de problemas e morrer.
Imagine, então, se essa parte do corpo é o coração, justamente o órgão responsável por organizar esse tráfego de sangue para o resto do corpo, como uma grande bomba dentro do sistema de irrigação. Se o coração passa a ter um funcionamento precário, todo o sistema cardiovascular claudica. Se ele para, o paciente inevitavelmente irá a óbito. Não por outra razão, os problemas cardiovasculares são os principais vilões do ranking de óbitos no mundo.
As artérias que levam o sangue ao coração são as coronárias. Quando as coronárias ficam entupidas por qualquer razão, seja por aterosclerose, acúmulo de gordura ou formação de coágulos, o paciente estará correndo risco de morte.
Nesse caso, o primeiro passo após o diagnóstico de coronárias entupidas pode ser o uso de medicamentos anticoagulantes. Quando essa terapia não surte efeito, a solução pode ser a realização de uma cirurgia de ponte de safena, que consiste na substituição do vaso danificado ou a realização da angioplastia.
A angioplastia, para quem fez a analogia com o sistema de irrigação, é bem fácil de compreender. Consiste num processo para a desobstrução do vaso sanguíneo, liberando o fluxo.
Esse procedimento é feito através de um cateter, que é introduzido na artéria comprometida, que carrega uma espécie de balão. A punção é feita, normalmente, a partir da virilha ou do braço do paciente, após a aplicação da anestesia local. O balão é inflado quando o cateter está no interior do vaso, empurrando e removendo coágulos e placas de gordura que estejam obstruindo o fluxo sanguíneo, restituindo-o à normalidade.
Em alguns casos, quando há algum problema de resistência da parede das artérias, uma rede, chamada stent, é distribuída ao longo da mesma, de modo a evitar nova oclusão por fechamento do vaso.
Para quem a angioplastia é indicada e o cateterismo
A indicação é para pessoas em que seja diagnosticado o risco iminente do infarto, para aqueles que possuem histórico dessa enfermidade ou que tenham dado entrada em condição emergencial.
A angioplastia é indicada para pacientes que estejam com angina, que é a dor e/ou pressão no peito decorrente do enfraquecimento dos músculos do coração causado pela irregularidade do fluxo sanguíneo.
É recomendada também em casos em que haja indícios de isquemia na região do coração, que é a suspensão do fluxo sanguíneo, que tanto pode ser causado por obstrução das artérias como por vasoconstrição irregular.
O diagnóstico é, portanto, fundamental para determinar a necessidade desse tipo de tratamento.
É onde entra o cateterismo, cuja única relação com a angioplastia é a ferramenta utilizada para explorar o interior do vaso sanguíneo. O cateterismo não é uma terapia, mas um exame. É através dele que são identificados os pontos de obstrução que serão estudados e tratados através da angioplastia.
Há riscos?
Devem-se considerar outros tratamentos à angioplastia, principalmente em pacientes com mais de 75 anos, portadores de doenças renais crônicas, diabéticos e que estejam na fase aguda do infarto do miocárdio.
Fora esse grupo de pacientes, o procedimento é bastante seguro, mas não há 100% de certeza de que não acarretará alguns problemas, tais como:
– Queda da tensão arterial.
– Formação de coágulos que podem culminar em ataque cardíaco ou derrame.
– Reações alérgicas ao contraste utilizado.
– Sangramento no local de introdução do cateter.
– Infecção no local da inserção do equipamento.
– Lesões nos vasos sanguíneos.
– Batimento cardíaco irregular.
– Arritmia temporária ou crônica, que pode necessitar de tratamento específico.
– Acúmulo de sangue no tecido que envolve o coração, prejudicando os batimentos cardíacos.
Cuidados no pré e no pós-operatório
Existem cuidados que, para o bem do sucesso da cirurgia, devem ser tomados no pré e no pós-cirúrgico.
Pré-cirúrgico
– Suspensão do uso de anticoagulantes orais pelo menos uma semana antes da cirurgia. A medida tem por finalidade reduzir o risco de sangramentos no local da incisão.
– Suspender o uso de Metformina (medicamento para diabetes) ao menos dois dias antes da angioplastia. Essa medida evita eventual lesão aos rins decorrente do contraste. Alguns pacientes devem fazer uso de soro fisiológico para hidratação do corpo, enquanto outros devem passar por diálise 24 horas antes e depois do procedimento.
– Caso o paciente sofra com alergia ao contraste, é necessário que seja submetido a tratamento preventivo com corticoides orais e anti-histamínicos.
– Fazer jejum nas oito horas anteriores à intervenção.
– O paciente deve ter pelo menos um acompanhante.
Pós-cirúrgicos
– Manter repouso absoluto nas 48 horas subsequentes ao procedimento.
– Evitar qualquer espécie de esforço físico no decorrer das duas semanas posteriores ao tratamento.
– Evitar a ingestão de alimentos que contribuam para o aumento do colesterol, evitar a nicotina, álcool e consumo excessivo de açúcar.
Resumo
Algumas informações devem ser gravadas pelo leitor para lidar com os riscos apresentado nesse artigo. Algumas são indicações preventivas claras, outras informações que podem salvar vidas.
– Cuide da alimentação. Evite alimentos industrializados, gordurosos, com excesso de açúcar.
– Controle o peso.
– Evite o álcool e o tabagismo.
– Se sentir dores no peito, procure um médico.
– Se sentir cansaço e dores nas pernas, mesmo sem dor no peito, previna-se consultando um clínico ou o seu cardiologista.
– Tenha sempre seu histórico médico à mão para casos de emergência, pois será muito útil.
– Pratique exercícios físicos.
– Controle o estresse.
A melhor forma de lidar com as doenças é, na medida do possível, prevenindo-as.
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