Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)

Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)

Índice

As doenças cardiovasculares são, desde o começo dos anos 90, a principal causa de mortes no Brasil, não sendo raro levar a paradas cardíacas. Em muitos desses casos, a RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar) é realizada na tentativa de reanimar o paciente.

A RCP envolve compressões torácicas com o socorrista fornecendo ventilação artificial, exalando ar na boca ou no nariz do indivíduo (ressuscitação boca a boca) ou usando um dispositivo que empurra o ar para os pulmões do paciente (ventilação mecânica).

É improvável o reinicio do coração apenas com a Ressuscitação Cardiopulmonar RCP. Seu principal objetivo é restaurar o fluxo parcial de sangue oxigenado para o cérebro e coração. O objetivo é retardar a morte do tecido e estender a breve janela de oportunidade para uma reanimação bem-sucedida sem dano cerebral permanente.

A administração de um choque elétrico no coração do sujeito, denominado desfibrilação, através de um desfibrilador é geralmente necessária para restaurar um ritmo cardíaco, ressaltando que a desfibrilação é eficaz apenas para certos ritmos cardíacos. Quer saber mais sobre o desfibrilador? Acesse este link.

Neste artigo serão explorados diversos conceitos sobre o assunto, incluindo as formas de realização do procedimento, benefícios e certificações sobre a ressuscitação cardiopulmonar:

O que é a Ressuscitação Cardiopulmonar?

RCP ou Ressuscitação Cardiopulmonar é um procedimento de emergência que combina compressões torácicas, muitas vezes com ventilação artificial.

Este procedimento visa preservar a função cerebral intacta até que outras medidas sejam tomadas para restaurar a circulação sanguínea espontânea e respiratória em uma pessoa com parada cardíaca.

Conceitos sobre RCP

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que haja cerca de 200.000 casos de parada cardiorrespiratória em decorrência de fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso ao ano.

Mais da metade desses casos ocorrem em ambientes extra hospitalares, sendo esses um dos motivos para o alto índice de mortalidade.

Nesse contexto, a RCP tem extrema importância diante de quadros de PCR, pois é uma série de procedimentos que pode fazer com que os órgãos vitais continuem a serem irrigados pelo sangue, evitando que eles não recebam oxigênio e necrosem.

No entanto, para seu sucesso, é necessário realizar a série de procedimentos da maneira correta e conjunta.

Aliás, essa visão holística sobre o procedimento tem sido uma reivindicação da comunidade científica que se dedica a estudar o assunto, pois apesar de haver diversas pesquisas, elas enfocam os procedimentos de maneira isolada. Os principais pontos estudados nas últimas décadas são:

– A qualidade da RCP, que enfocam principalmente a redução nas interrupções das compreensões feitas sobre o tórax;

– Fatores que interferem na performance do socorrista;

– Os registros hospitalares referentes ao procedimento, pois os dados existentes sobre o procedimento são muito esparsos;

– Poucas evidências científicas sobre o papel que os dispositivos e drogas desempenham no suporte avançado à vida;

– A falta de evidência dos cuidados tomados após a ressuscitação;

– Educação, implementação e treinamento de profissionais de saúde a respeito do procedimento.

Formas de realização da RCP

Para realizar a RCP de maneira adequada, é necessário antes de mais nada entender que o conceito pode ser sintetizado pela chamada corrente de sobrevivência.

É chamado de cadeia pois os seus elos correspondem os procedimentos que devem ser realizados para garantir o sucesso do procedimento.

Além disso, os procedimentos não podem ser considerados de maneira isolada, pois nenhuma ação isolada da RCP pode reverter completamente uma parada cardiorrespiratória.

Para que profissionais da saúde possam realizar a RCP, é necessário seguir um protocolo simplificado chamado de CABD primário, na qual o “C” corresponde a Checar a respiração e a responsividade do paciente, Chamar ajuda, Checar o pulso, realizar Compreensões, o “A” Abrir as vias aéreas, o “B” ter certeza de que há Boa ventilação e finalmente “D” Desfibrilação.

Outro protocolo que é muito importante é o ABCDE do trauma, que você pode conferir em outro artigo, clicando aqui.

Assim, para realizar o suporte básico à vida das pessoas com mal súbito, o profissional da saúde deve:

– Checar a segurança do local, pois caso o local não seja seguro, a própria vida do profissional estará em risco. Nesses casos, deve-se remover a pessoa para um local seguro;

– Avaliação da responsividade: chame o paciente pelo nome e seguro por seus ombros. Se houver respostas, aguarde o socorro. Caso não haja respostas, avalie a respiração, pois caso não haja elevação torácica em menos de 10 segundo, é preciso chamar ajuda imediatamente;

– Busque ajuda: caso se esteja em ambiente extra hospitalar, é necessário ligar para o SAMU, estando preparado para responder as perguntas, como localização, condição da vítima e tipo de socorro sendo prestado. Se houver um desfibrilador no local, ele deve ser buscado tão cedo quanto for possível;

– Cheque o pulso: o pulso deve ser checado em menos de 10 segundos. Se houver pulso, é preciso ventilar a cada 5 ou 6 segundos, de modo a aplicar de 10 a 12 ventilações por minuto. Se não houver pulso, o ciclo de compressões e ventilações deve ser iniciado;

– Início do ciclo: o ciclo deve ser compostos por 30 compressões seguidas de 2 ventilações, sendo fundamental que as compreensões sejam feitas de maneira adequada para garantir o fluxo sanguíneo. Para isso é necessário posicionar-se de joelhos ao lado da vítima para garantir maior estabilidade, desnudar o tórax, colocar a região hipotênar da mão sobre o esterno do paciente, colocando a outra mão logo acima, estender os braços, realizar compressões com frequência de 100 ao minuto (com profundidade de ao menos 5 cm, permitindo o retorno completo do tórax a cada compressão), minimizar as interrupções e, caso haja outro socorrista, trocar de função a cada 2 minutos;

– Ventilação: a primeira ventilação deve ser feita somente após as 30 primeiras compressões, mantendo duas ventilações a cada 30 compressões, pois a hiperventilação pode aumentar a pressão intratorácica e causar regurgitação e aspiração devido ao risco de insuflação gástrica.

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Dispositivos Adicionais

Esses dispositivos podem ser divididos em três grandes grupos: dispositivos de temporização; dispositivos que auxiliam o socorrista a obter a técnica correta, especialmente profundidade e velocidade de compressões; e dispositivos que assumem o processo completamente.

Dispositivos de temporização

Os dispositivos de tempo podem apresentar um metrônomo (um item transportado por muitas equipes de ambulância) para ajudar o resgatador a atingir a taxa correta. Algumas unidades também podem fornecer lembretes de temporização para realizar compressões, ventilando e alterando os operadores.

Dispositivos de assistência manual

Dispositivos mecânicos de compressão torácica não são atualmente recomendados para uso generalizado.

Avisos sonoros e visuais podem melhorar a qualidade da RCP e prevenir a diminuição da taxa de compressão e profundidade que ocorre naturalmente com a fadiga.

Esses itens podem ser dispositivos colocados em cima do baú, com as mãos do socorrista passando pelo dispositivo, e um display ou feedback de áudio dando informações sobre profundidade, força ou taxa, ou em um formato vestível, como uma luva. Diversas avaliações publicadas mostram que esses dispositivos podem melhorar o desempenho das compressões torácicas.

Dispositivos automáticos

No mercado incluem o LUCAS, desenvolvido no Hospital Universitário de Lund, e o retorno da circulação espontânea.

rcp

Existem várias vantagens para os dispositivos automatizados: eles permitem que as equipes de resgate se concentrem na realização de outras intervenções.

Não fatigam como os humanos, o que matem a qualidade das compressões e a eficácia. São capazes de realizar compressões efetivas em ambientes de espaço limitado, como ambulâncias aéreas, onde as compressões manuais são difíceis.

Benefícios da RCP

Os benefícios da Ressuscitação Cardiopulmonar variam muito conforme uma série de fatores. Por exemplo, hoje se sabe que a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) realizada em hospitais possuem maiores chances de ser bem-sucedidas do que aquelas realizadas em ambientes extra hospitalares.

Por outro lado, de cada 1.000 pacientes internados, entre 1 a 5 apresentam parada cardiorrespiratória, e maioria dos casos acontecem em pessoas idosas e com a saúde bastante debilitada, e por isso a taxa de sobrevivência mediante a RCP nesses casos é extremamente baixo: apenas 20% dos pacientes sobrevivem.

No entanto, mesmo diante desses números existem diversos benefícios em realizar RCP em paciente PCR. São eles:

– Quanto mais cedo ela for realizada maiores as chances de ser bem-sucedida. Estudos indicam que para que tenha o efeito desejado deve ser feito em um intervalo máximo de 10 minutos depois da parada cardiorrespiratória, não mais que isso;

– Um estudo inédito publicado recentemente analisou os efeitos que a realização prolongada do RCP poderia ter nos pacientes. A pesquisa identificou que os procedimentos que duravam até 9 minutos tinha eficácia maior quando comparado com aqueles feitos em menor intervalo de tempo;

– Em pacientes mais jovens e em bom estado de saúde, a RCP pode prolongar a vida dos mesmos, como aqueles pacientes em overdose de drogas ou picados por animais peçonhentos.

Certificação

Para socorristas, existem diversos cursos que devem ser feitos para que os profissionais obtenham a certificação em suporte básico à vida e RCP. Como exemplo, podem ser citados os cursos ofertados pela American Heart Association, para maiores informações acesse o link aqui.

Outra opção para obter a certificação em RCP é através dos cursos ofertados pelo Incor, em São Paulo, composto por aulas presenciais que duram apenas um dia, para maiores informações acesse o link aqui.

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