A quantidade de terminologias, processos e codificações já foi um desafio para o setor da saúde. Entretanto, a utilização da tabela TUSS se tornou uma grande aliada desse processo.
Obrigatória desde 2010, a tabela é uma importante facilitadora entre instituições e planos de saúde, sem contar a fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre esses processos. Para entender melhor o que isso significa, confira as informações a seguir. Boa leitura!
Saiba o que é a tabela TUSS
Durante muito tempo, informações entre clínicas e operadoras de planos de saúde sofriam com inconsistências. A codificação dos procedimentos médicos realizados nessas instituições, como investimento em medicações, nem sempre era repassada de forma clara. A tabela TUSS foi uma forma de padronizar esses dados.
Vale dizer que a sigla significa Terminologia Unificada da Saúde Suplementar e que está diretamente relacionada ao padrão TISS. Você conhece? TISS significa Troca de Informação de Saúde Suplementar e trata do fluxo de informações entre prestadores de serviço, planos de saúde e ANS. É como se o TUSS fosse o padrão de comunicação, e o TISS, o meio pelo qual essa comunicação é feita.
Na prática, a tabela serve para evitar erros e a chamada glosa hospitalar. As perdas eram muito mais recorrentes do que atualmente. Isso porque, no caso de uma cirurgia eletiva, nem sempre o plano de saúde e a ANS tinham conhecimento de tudo que se passava dentro da sala de operação.
Assim, um anestesista (ou outro profissional) corria o risco de ficar sem remuneração, por exemplo. Ou a instituição não era reembolsada pela utilização de materiais, como gaze ou agulhas, e até detalhes mais amplos.
Entenda como a tabela é usada por clínicas e hospitais
Antes de falar sobre a usabilidade da tabela TUSS, é preciso esclarecer sua função. A Terminologia Unificada de uma clínica ou hospital não tem a ver com os valores de cada procedimento. A codificação tem relação com os métodos utilizados, assim como a sua nomenclatura.
É comum que as operadoras de saúde tenham sua própria tabela, contando apenas com os procedimentos de sua cobertura. Em geral, os dados podem ser divididos em itens, como:
- baixo risco: quando são procedimentos que não dependem de autorização prévia e podem ser incluídos diretamente na conta hospitalar. No caso de clínicas, geralmente só demandam apresentação de carteirinha do plano;
- racionalização: quando precisa de autorização prévia antes de realização, mesmo no caso de internamento.
O que hospitais e clínicas precisam fazer é respeitar essa padronização para conseguir fazer a devida cobrança. No caso de uma cirurgia, os itens da tabela TUSS serão devidamente marcados para solicitação da autorização. Essa conduta garante que a instituição vai receber pelo procedimento. Antes da criação do TISS e do TUSS, o risco de não pagamento era maior. Sem contar as perdas que não eram devidamente incluídas no rol da tabela.
Aprenda qual é a relação da tabela TUSS com a CBHPM
Lembra que a tabela TUSS não faz referência a preços e valores de consultas e procedimentos? É porque, para isso, existem outras parametrizações. A CBHPM entra nessa lista.
Elaborada pela Associação Médica Brasileira, a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos é utilizada como um dos mais conhecidos parâmetros para cálculo de valores de consulta. Essa tabela foi criada com intenção de garantir a remuneração correta dos atendimentos e também evitar eventuais precarizações de procedimentos.
O que acontece é que a tabela CBHPM está diretamente relacionada à tabela TUSS. Isso porque os valores são determinados a partir dos procedimentos presentes na lista. Durante muito tempo, os planos de saúde definiam os preços de acordo com uma tabela própria. Dessa forma, os interesses particulares da empresa acabavam prejudicando clínicas e hospitais pela falta de padronização.
Para garantir uma remuneração adequada, a CBHPM define uma hierarquia com 14 categorias de procedimentos, em 3 subdivisões. Essa tabela é regulamentada com base na Resolução CFM nº 1.673/03. Nesse documento, estão descritos padrões mínimos e éticos de remuneração dos procedimentos médicos.
Veja quais são os impactos ao usar as tabelas
Além da padronização, há efeitos diretos da utilização da tabela TUSS. Trata-se de uma forma de otimizar a comunicação, porém, afeta todo o funcionamento de uma clínica ou hospital. Para entender melhor, reunimos aqui os impactos dessas tabelas. Veja!
Redução e controle de custos
A padronização do TUSS e do TISS garante a cobrança correta dos procedimentos. Além disso, as informações serão mais facilmente aceitas pelos planos de saúde e órgãos de fiscalização.
A consequência direta é um melhor controle de custos, assim como a prevenção de erros em guias e cartas de cobrança.
Melhora no padrão de comunicação
Quando as operadoras recebem as informações de forma padronizada, toda a comunicação é transformada. Usar o TUSS garante que equipes de clínicas e planos consigam se entender de forma mais clara.
Também vale dizer que esse padrão impede as glosas médicas, já que há menos chance de um procedimento não ser devidamente pago por falta de comunicação.
Simplificação de processos
Tanto operadora quanto ANS precisam ter os dados da sua instituição muito claramente. A padronização funciona como uma aliada que simplifica os processos e aumenta a sua efetividade.
O resultado costuma ser composto de menos questionamentos sobre as cobranças e menor carga de retrabalho. Isso porque os detalhes estarão mais concisos e claros, com menos necessidade de correções.
Quando o TUSS está corretamente sincronizado com a tabela CBHPM, os problemas entre hospitais e clínicas com o plano de saúde tendem a diminuir. Isso porque tanto as instituições quanto as operadoras conseguem ter um fluxo de dados muito mais claro.
Em resumo, a tabela TUSS pode ser obrigatória, no entanto, é também uma aliada. Por meio da padronização de nomenclaturas, é possível organizar melhor a gestão interna e garantir o pagamento de procedimentos com menos incidentes.
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